sábado, 28 de fevereiro de 2009

Nothing really matters

Acordei confuso, sem nenhum deus para crer.

Nada para acreditar, nem nada com álcool para tomar.

Minha cabeça estava doendo por não ter nada para pensar.

Foi nesse exato momento em que eu fiquei preso no tempo, uma janela laranja piscava comigo, sinal de que alguém queria conversar, mas o mouse não se mexia, por mais força que eu fizesse ele estava colado na mesa, o ventilador, embora ligado, também havia parado de girar, as hélices estavam estáticas, mas isso não me fez sentir calor.

Caminhei pela casa, meu pai assistia televisão, e embora ligada, não havia imagem na tela, provavelmente aqueles curtos intervalos entre um comercial e outro onde a tela fica escura.

Se isso nunca passar meu pai vai ficar eternamente sentado, sem fazer nada e olhando para o nada.

Vi que a luz do quarto estava acessa e nele minha mãe se penteava, ou melhor, estava segurando o pente entre os cabelos, ela não estava escabelada quando a vi passar segundos antes pela porta do meu quarto, por que estaria se penteando? Só porque não tinha nada para fazer?

Mas fazer o que, lembro dos dias de trabalho intermináveis em que reclamo estar vivendo para enriquecer outra pessoa sem aproveitar a minha vida, mas também me lembro dos dias de folga ainda mais intermináveis, em que como agora, a sensação é de que o tempo não passa, clamo por folga e quando a tenho não sei o que fazer.

Eu nunca sei o que fazer. Em nenhuma situação.

Mas o que é tempo afinal?

Volto para frente do computador e me sento, então volto a ouvir a música que estava tocando, ouço uma nova propagando começando na TV e vejo o ventilador voltar a girar.

Se o tempo não houvesse parado, não faria diferença alguma.

24 horas podem ser mais insignificantes que um segundo.

O tempo é uma ilusão podre e aproveitar a vida é o mesmo que desperdiçá-la.

Toda a história da humanidade e todos os grandes homens de todos os tempos terão todos os seus registros apagados quando o sol vier nos buscar, e nenhuma vida terá feito sentido.

Estúpido.

Nenhum comentário:

Postar um comentário