segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Vestida de cetim

Hoje reparei nos preparativos para o Natal, Papai-Noel esta novamente por todos os lados (principalmente no comércio, incrível como exploram esta data) e as luzes piscantes nas casas tornam ainda mais difícil apreciar as estrelas...
Natal sempre me faz refletir sobre a morte, quando era criança um tio morreu na véspera de Natal, e passamos a véspera e o Natal velando/enterrando quem mudava a expressão natalina de todos que eu via naquele momento, nunca imaginei que o Natal pudesse ser tão triste para tantas pessoas nem que ele nunca mais seria o mesmo para mim.
O nome deste tio era engraçado, começava com a palavra “Alce”, mas eu não lembro de quase nada sobre ele, apenas que ele ainda era novo quando morreu depois de travar uma bizarra luta contra uma doença que o deixou irreconhecível em cerca de seis meses de sofrimento na cama de um hospital...
Não lembro exclusivamente da morte dele, lembro da minha, da sua, da nossa, da certeza que todos temos em comum, mas que não é suficiente para nos unir...
Engraçado passar a maior parte do dia trabalhando, recebendo ordens de quem você odeia e fazendo o que você detesta quando a vida é tão curta e passa tão rápido...
Mas trabalhar é necessário, fazer o que? Trabalhar. Eu só não entendo por que alguns ficam tão preocupados em chegar um minuto atrasado...
A vida como um todo me parece tão sem significado.
Não pode ser só isso, caso contrário nenhum pensamento poderá me levar a angustia maior... E eu não me sentiria melhor se fosse uma destas pessoas normais em palcos gigantes.
Mas a vida continua, se para os crentes não ficarem loucos, inventaram as igrejas, para os ateus também “inventaram” outras coisas...

“Vista-se com a tua mais bela roupa quando vier me buscar, que meu corpo seja cremado e que minhas cinzas alimentem a erva e que a erva alimente outro homem como eu.” –Raul Seixas

4 comentários:

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  2. Agora sim...todos Natais maiúsculos...qual será a próxima regra inútil a ser apontada? Às vezes me parece que as regras servem para isso mesmo, serem apontadas por “dedos acusadores”. Mas quando vejo isso acontecendo tenho a impressão e que “dedos acusadores” são escudo, proteção, (uma forma de atacar antes de ser atacado). É comum fugir do que nos causa temor, por isso admiro a coragem dos que reconhecer ter medo. Não sou todo mundo, mas talvez igual às pessoas do mundo todo que se amedrontam ao verem tratados assuntos como esta certeza em comum, como diz, mas que não é suficiente para nos unir. (Ainda mais quando o pedido é que ela venha lhe buscar vestida de cetim, se bem entendi o título).
    Compactuo com a tua frase que diz: A vida como um todo me parece tão sem significado. Mas acho que se as igrejas foram inventadas para os crentes não ficarem loucos, elas não funcionam...:P...eles enlouquecem muito mais rápido...mas talvez elas sirvam para ditar respostas para o que nunca teriam coragem de se perguntar....Por isso são poucas as pessoas que dizem ser ateus depois de ter estado em uma igreja. É como viver em lugar cheio de servos, na qual você não precisa fazer nem um trabalho pesado, não precisa sentir nem entender o que é estar aprisionado nessa condição, a final, você não é o rei, mas é amigo dele...(isso era pra esclarecer, não pra complicar). Mas por outro lado existem medrosos, que sabem de tudo isso, mas que simplesmente não conseguem encontrar a perfeição em outro ser, se não Deus.

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  3. Me pergunto que direi aos meu futuros filhos sobre o significado do Natal, já que pra mim praticamente não há... Além do comércio, quem liga pra isso?



    Sobre o título... O vestido era vermelho?

    :D

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  4. É por isso que no Natal eu encho a cara de vinho e grito bem alto, à meia noite:

    Feliz Aniversário, Jesus Cristo!


    =D

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