segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

O dono de um cavalo sem nome

Acordei confuso...
É uma sensação estranha não lembrar o próprio nome, mas não devo isso a nenhum tipo de amnésia e sim a uma vida de jagunço que desde cedo tirou minha identidade, sou capanga do velho dono desta cidade, assim como meu pai era, mas meu filho não será... O velho joga xadrez com a Morte todas as noites e cedo ou tarde vai ser derrotado, a Morte nunca perde e o desgraçado não deixou herdeiro macho, apenas Maria, a mais linda dama que meus olhos já viram...
Eu e ela passamos a infância juntos, meu pai era o melhor capanga do velho e morreu levando uma bala que tinha o seu nome...
Assim que eu consegui segurar um revolver –e mal agüentava o seu peso, o velho me separou de sua filha, fui criado entre os jagunços e da infância que tive com ela só lembro de ter aprendido a ler junto com ela e da cor de seus olhos...
Uma vez que a semente do conhecimento é plantada o sujeito esta destinado a ser infeliz pelo resto da vida, e continuei minhas leituras tendo acesso a livros graças a minha amizade com o vigário.
Apoiando-me em um cocho lembro-me que acabei dormindo no celeiro da taberna, aquele whisky do guri dos falecidos Daniels conseguiu me derrubar de novo, aquele piá nasceu com o dom de fazer whisky.
Meu mustang -presente de um índio, mas essa é outra história, relincha bravo por ter de agüentar o meu bafo.
Levanto-me com dificuldade e volto cambaleando para a taberna, preciso beber uma dose para acordar...

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